Inovar e viver bem subtraindo “A estratégia subtrativa ”pare de fazer” apresenta uma forma completamente diferente de pensar sobre a vida, o trabalho e o mundo. Num ambiente económico onde o dinheiro, o tempo, a atenção são fixas ou decrescentes, em que todos nós temos que conseguir o efeito máximo com o mínimo de meios, […]
Inovar e viver bem subtraindo
“A estratégia subtrativa ”pare de fazer” apresenta uma forma completamente diferente de pensar sobre a vida, o trabalho e o mundo. Num ambiente económico onde o dinheiro, o tempo, a atenção são fixas ou decrescentes, em que todos nós temos que conseguir o efeito máximo com o mínimo de meios, tendo uma boa ” estratégia de parar de fazer” pode ser a chave. No mínimo, vai permitir-nos dar mais espaço para o que realmente importa, eliminando o que não interessa.” – Matthew E. May
Mas a viragem comportamental que se sugere aqui não se enquadra apenas em quem pede ou apresenta problemas, ela é fundamental para quem trabalha a necessidade.
Num ambiente onde o design thinking se apresenta como uma abordagem de resolução de problemas, para além da capacidade de observação e da necessidade de empatia com os membros dos grupos onde um pensador design se insere é importante que ele seja capaz de converter uma necessidade num pedido.
É importante interiorizar que é preciso aprender com a vida dos outros e não se centrar na validação das suas ideias.
Isto é um passo para ótimas realizações, mas é preciso saber parar, isto é, é preciso retirar tempo ao tempo destinado a realizar algo.
Ao longo da nossa vida verificamos que nem sempre as nossas ideias são boas e muitas vezes ao fazer um balanço, verificamos que no nosso portfólio há muitos insucessos e muitas vezes ficamos com o sentimento de que algumas ideiam (boas) a serem implementadas seriam um desastre.
David Kelley da IDEO guarda muitos desses insucessos e Tim Brown declinou a um dos seus mais antigos funcionários o pedido de um hangar para guardar protótipos de uma vida de trabalho.
É necessária uma viragem comportamental de dentro para fora, indo para além de nós próprios enquanto indivíduos.
As pessoas mais criativas — artistas, músicos e escritores — têm também aprendido através da experiência que o seu processo envolve alguns feitiços aparentemente improdutivos, mas que esse tempo de inatividade é realmente importante para sua produtividade.
Quando nos lançamos na aventura da criação e já muito perto do final, ou até mesmo durante grande parte do percurso, apercebemo-nos que a nossa grande obra de arte não é composta apenas do resultado em dado momento.
Ela é também importante por aquilo que não é.
Ela é importante pelos momentos de observação e contemplação e pelos momentos de reflexão de tudo aquilo que retiramos ou não escolhemos como fazendo parte da nossa criação. São coisas, ideias e pensamentos que apesar de terem ocupado um espaço temporal considerável não encaixam na nossa criação e por essa razão dão vida ao que importa.
São momentos de uma atividade iterativa que caracteriza o design thinking onde os processos fixos dão lugar às orientações que nos conduzem à subtração.
Para se poder libertar este poder de design thinking, Kevin Clark e Ron Smith -IBM, sugerem que o pensador design deverá:
– Conectar os dois hemisférios do cérebro e alinhar a “cabeça, o coração e o “estômago”.
– Manter a ideia geral na cabeça.
– Compreender, observar, conceptualizar, validar e implementar.
Na impossibilidade de podermos alinhar o pensamento analítico e a intuição, estamos perante o risco não apetecido de sermos absorvidos por uma complexidade inútil.
Mas se enveredarmos pela simplicidade, que consiste em subtrair o óbvio e acrescentar o significativo, podemos, segundo John Maeda, encontrar, entre outros, três caminhos:
Distanciamento – O afastamento transforma o que parece “mais” em “menos”.
Abertura – Dá uma visão mais simples.
Energia – Usando menos ganham mais.
Este texto foi escrito com o propósito de chamar à atenção da importância dos momentos necessários para refletir e por isso porque há sempre quem nos traga opiniões contrárias e por serem extremamente úteis aqui ficam mais dois lotes de provocação:
“Eu sou um campeão da elegância, simplicidade e facilidade de uso. Mas, como uma pessoa de negócios, também sei que as empresas têm que fazer para ganhar dinheiro, o que significa que eles têm que entregar os produtos que seus clientes querem, e não os produtos que eles acreditam que eles deveriam querer. E a verdade é que a simplicidade não vende. Por quê?” – Donald A. Norman
Albert Einstein dizia: “Há três regras de trabalho: Fora da desordem encontrar a simplicidade; na discórdia encontrar harmonia, no meio da dificuldade reside a oportunidade.”
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